A fase do “nem-criança-nem-adulto” marca o início de uma série de transformações. Questões sobre sexualidade, dificuldade em lidar com frustrações, bullying, além de pressão pela escolha da carreira e por um bom desempenho escolar estão na base de conflitos que podem funcionar como gatilhos para esses indivíduos em formação enfrentarem uma doença chamada depressão.
Reconhecer a depressão na adolescência é mais difícil porque, nessa fase, todos mudam seu comportamento naturalmente, podem se isolar mais, ter atitudes mais impulsivas e rompantes emocionais. Por isso muitos pais demoram a reconhecer que o filho não está bem e que seu comportamento e estado emocional não estão saudáveis.
Mais difícil do que notar a dor dos filhos é reconhecer que esse sentimento é tão limitante que exige, sim, um acompanhamento especializado. Para muitos pais, o susto do diagnóstico vem acompanhado de outro temor: o de que o filho precise do tal medicamento “tarja preta!
Os antidepressivos não são medicações de tarja preta, não causam dependência, não vão “dopar”, nem precisam ser usados para o resto da vida na grande maioria das vezes. Eles, juntamente com um acompanhamento psicológico, vão tratar o transtorno mental e libertar o adolescente do peso que é carregar uma depressão.